A harmonia entre a pintura e a cerâmica, se bem que indefiníveis em termos de natureza, tornam-se parte de um mesmo tema onde os dois artistas e a sua criatividade se encontram na procura dos ingredientes necessários para uma solução, sem perder a identidade de cada um.
O mundo da cerâmica de Massunganhane, apesar de ser feito de objectos reais com espaço e volume, introduz ideias que habitam fora dos limites físicos, e dialogam entre a memória cultural e a arte contemporânea.
Preservando técnicas herdadas da modelagem tradicional, Massunganhane abre-se à contemporaneidade através de narrativas e críticas sobre identidade, género, espiritualidade que transportam a experiência humana em toda a sua complexidade. O barro moldado não se limita a fixar formas reconhecíveis, mas converte-se em suporte de conceitos e símbolos.
Kass Kass aborda o mesmo tema manifestando-se na construção de composições onde o ritmo, cor e narrativa se entrelaçam.
São obras plenas de simbolismo, revelando as gentes trabalhadoras da nossa terra afirmando uma narrativa de identidade colectiva.
Nas suas colagens as fronteiras expandem-se para experiências mais livres e mais subjectivas que se manifestam em jogos de forma e de cor, instaurando universos de imaginação e experimentação visual.
A capulana não surge apenas como tecido, antes como um arquivo vivo de histórias, símbolos e identidades através do qual o artista convoca memórias e conta-nos sobre épocas, lugares e mensagens escondidas.