A criatividade da artista moçambicana Nelsa Guambe está bem patente nesta exposição em que utiliza o desenho e a pintura propondo-nos uma nova visão do seu país.
Nos retratos de mulher de enormes olhos deslumbrados, Nelsa procura encontrar, em cada olhar, o sítio ideal para criar fantásticas e excitantes fantasias. Essas mulheres são como que um reportório de sentimentos, pensamentos e humores particulares.
Nelsa utiliza a sua arte para explorar a multiplicidade da identidade feminina. Nos retratos que ela cria, há uma fusão entre o pessoal e o universal, onde cada rosto reflete traços da sua própria essência, mas também da diversidade que compõe o feminino.
A sua obra convida o observador a contemplar a complexidade da aparência feminina, que não se limita a estereótipos fixos ou controláveis. Em vez disso, essa identidade feminina emerge como fluida, dinâmica e surpreendente, especialmente para aqueles que tem a coragem de se aprofundar em seus próprios mundos interiores enquanto se conectam com a arte de Nelsa Guambe.
Nesta exposição, os retratos não são uma captura fotográfica da imagem, são representações de uma verdade interior profunda que reportam ao tempo em que são concebidos, oferecendo simultaneamente ricas sugestões sobre o amor e a violência humanas.
Ao apropriar-se das figuras conecta-se com elas manipulando a expressão visual, utilizando diferentes materiais, com predomínio para o carvão e o uso das cores negras na distorção ou intensificação de traços para capturar não apenas a aparência, mas também o estado interior das pessoas retratadas.
A deturpação da imagem humana, por vezes maliciosa outras vezes inconsciente pode ser vista como uma celebração à liberdade artística.
Enquanto artista moçambicana explora questões de identidade, história e vivências colectivas nas suas obras, e os desafios enfrentados em Moçambique, como as crises políticas, económicas, sociais e os impactos das mudanças climáticas.
A arte de Nelsa Guambe é um espelho que nos convida a projectar e a reflectir sobre o que somos e que mundo é o nosso.
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