“Sonoridade das cores” é o título da exposição de pintura de André Macie e Datinho Saimone, patente de 8 à 31 de Maio na Galeria da Fundação Fernando Leite Couto.
Nesta exposição a duas mãos, os artistas apresentam-nos um conjunto de pinturas de inegável interesse que contextualizam uma visão sobre a vida na sociedade moçambicana.
André Macie segue uma via de peregrinação à volta do mar, evocando o espírito deste venerado bem e as dádivas da natureza com uma notável adaptação ao mundo real, em que a cena representada é um flash do momento que passa, transpondo o passado para o presente.
Datinho Saimone, através da imaginação e da criação do irreal, afirma-se como identidade da cidade. Em torno dela tece histórias infinitamente interessantes sobre aqueles que, muitas vezes, encontramos na exploração de uma urbe.
Trata-se igualmente de um encontro e diálogo entre artistas de gerações diferentes, o que nos leva a encarrá-los como se traçasse uma linha de tempo no percurso das artes moçambicanas. A maturidade de André Macie e a irreverência de Datinho Saimone, mas os dois a comungarem na abordagem à paisagem social e nos detalhes que formam a personalidade e as características humanas, o trabalho, as actividades diárias, as relações, com o meio, entre homens, mulheres, animais e a natureza.
André Manuel Macie, de nome artístico André Macie, nasceu em Maputo (Moçambique) em 11 de Dezembro de 1968, filho de Alfredo André Matine Macie artista plástico, de profissão, enfermeiro e futebolista, e Ana Maria Panda, modista.
Fez os seus estudos primários e secundário na cidade de Pemba, distrito de Mecufi na província de Cabo Delgado Norte de Moçambicana, ensino médio em Maputo e frequentou até ao segundo ano de engenharia civil na universidade Eduardo Mondlane.
Desde muito cedo praticou o desenho, pintura e escultura juntamente com os seus irmãos e amigos de infância fazendo desenhos em caderno, carteiras escolares, na areia e paredes, sempre sob olhar atento do seu pai. Não frequentou uma escola ou curso de arte, os seus trabalhos versa principalmente a mulher africana e o quotidiana da vida onde está inserida usando diversos materiais como tintas a base de óleo e acrílicos e reciclagem de materiais, possui vários trabalhos seus em colecções particulares e instituições nacionais e estrangeiras, fez parte na gestão criação e desenvolvimento actividades da Associação Núcleo De Arte tendo ganho prémios a nível artístico e participa activamente em várias exposições colectivas.
Datinho Saimone nasceu a 01 de Junho de 1991 no distrito de Chibuto, província de Gaza. Em 2009 dá os primeiros passos na pintura, enquanto frequentava a nona classe na escola secundária no seu distrito de origem.
Ingressou no ISArC – Instituto Superior de Artes e Cultura, em 2012, participa pela primeira vez na Bienal da TDM, em 2015, e desde então tem integrado outras exposições com destaque para Go g ogo Art Fair, organizado pela Galeria Art d´Gema, Colecção Crescente (Kulungwana), Realces (Núcleo de Arte, 2022) e Passos pela vida (Camões – Centro Cultural Português, 2022) e Guarda fogos (Núcleo de Arte, 2023).