O jornalista Hélio Nguane estreia-se em livro, com a publicação da colectânea de crónicas intitulada “Largartos de madeira e zinco”, obra chancelada pela Fundação Fernando Leite Couto, com o patrocínio do Moza.
A obra que resulta de um exercício de escrita de crónicas com publicação regular na imprensa durante cinco anos, revela um talento, com capacidade de transformar os mais peculiares acontecimentos e personagens do quotidiano em narrativas de fazer pensar ao mesmo tempo que desfruta do prazer da leitura.
Com a publicação deste livro fica, uma vez mais evidente a vitalidade da forja que representam as colunas dos jornais, media digital para a formação de novos autores moçambicanos.
A escrita de Hélio Nguane surpreende por revelar pessoas, lugares e pequenos episódios deste nosso mundo, onde fervilham outros mundos à volta, tal é o seu efeito criativo, ao ponto de oferecer aos leitores a magia dos eventos da humanidade. Nguane observa a vida com a leveza e sensibilidade que transcende o jornalismo. Daí a inclinação do seu estilo para um conto ou às estórias contadas nas noites de luar.
Nota-se ao ler o livro, a influência que lugares como Mafalala, onde o autor residiu, exerce sobre a temática, por isso, há um cunho também intimista, quase a contar-nos e a dizer-nos muito sobre a personalidade e o universo de um jornalista incapaz de deixar que morram as grandes estórias que residem nas entrelinhas da notícia.
“Cada crónica escrita e publicada no jornal era um pedaço de mim, um retalho de um tempo que vivi imaginariamente ou eram manipulações imprecisas de factos reais. Hélio que estão prestes a ler é alguém preocupado em colocar o mapa dos vossos pés na atmosfera dos lugares por onde ele passou, sem pedir julgamentos, sem tomar posições, sem ter pretensões literárias”, – eis o autor em discurso directo.
“Lagartos de Madeira e Zinco” já se encontra à venda ao público.