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Mabulo

Biografia

Banda moçambicana formada em 2000, emMaputo, Moçambique. A vida dos Mabulu tem raízes na viagem do germânico Roland Hohberg, veterano do reggae, maestro da banda Messer Banazani, a Moçambique. Fixando-se no Maputo com o interesse de divulgar a cultura local, ali estabeleceria um estúdio de gravações, o primeiro estúdio privado do país africano. Ao fim de uma década de existência com algumas dificuldades, o estúdio continuava a sua atividade, tendo permitido a Hohberg um amplo conhecimento dos músicos locais e do mercado moçambicano. Em 1998, o produtor germânico convidou o artista de marrabenta Khass Khass para uma gravação conjunta com o rapper Chiquito. A morte de Khass Khass, um ano depois, trouxe Lisboa Matavel, outro consagrado da marrabenta, para o trabalho com Chiquito. Gradualmente, Hohberg foi reunindo alguns nomes representativos da velha guarda para trabalhar com a jovem estrela, entre eles António Marcos, a jovem cantora Chonyl e três músicos dos Mix Malta: Zoco, Eduardo e Jorgito. Com estes sete músicos de gerações diferentes, o projeto seria apelidado de Mabulu, palavra que significa “à procura de diálogo”.

Com semelhante alinhamento, não surpreendeu que a estreia em disco tenha suscitado o interesse de públicos de várias idades, dentro e fora de Moçambique, cruzando as raízes tradicionais com os ritmos dançantes e a postura de consciência social do rap. O disco seria a primeira edição internacional da música moçambicana em quase uma década. Seguiu-se uma digressão europeia bem-sucedida. Dilon Djindji, outro titã da marrabenta, juntar-se-ia ao grupo para o segundo álbum, pondo fim a uma histórica rivalidade com Matavel e ajudando à consagração definitiva da trupe, graças a um jogo de vozes inconfundível e brilhante. Além dele, também o saxofone de Moreira Chonguiça e o mandolim de Ernesto Ndzevo contribuíram para renovar a amplitude do som dos Mabulu. Da extensa lista de atuações em importantes festivais europeus e mundiais, destaca-se a primeira atuação na África do Sul, no Jazzathon Festival, em janeiro de 2002. Ainda nesse ano, provando a solidificação do estatuto internacional do grupo, seriam agraciados com a nomeação para o prémio da BBC para música do mundo, na categoria Revelação. A mistura de tradição e modernidade do grupo era reconhecida além-fronteiras. Ainda nesse ano, receberiam também o KORA, uma espécie de Grammy da música africana. Em julho, atuaram pela primeira vez em Portugal, no Festival de Músicas do Mundo, em Sines, onde produziram o vídeo de “Maria Teresa”, com a voz de Dilon Djindji.
Em outubro de 2004, na partida para a quinta digressão europeia do grupo, a cantora Chonyl abandona o projeto, sendo substituída por Loide. No ano seguinte, depois de algumas ações de solidariedade, nomeadamente a participação numa coletânea em nome das vítimas do tsunami asiático desse ano, integram o programa do Afro-Pfingsten, um dos maiores certames de música africana na Europa, em Winterthur, na Suíça, no âmbito da tournée “30 years indepenDANCE-Tour”. Mr. Arssen, cantor de ragga, integraria os Malubu pouco tempo depois.

Discografia
2000, Karimbo
2001, Soul Marrabenta
2004, Mabulu

Outras Biografias